domingo, 18 de janeiro de 2009

Trilho De Apúlia a Ofir

Extensão: 5 kmGrau de dificuldade: Fácil.Ponto de partida / chegada: Este percurso tem início junto ao ao parque de estacionamento da praia de Apúlia, no Lugar de Areia e termina na Praia de Ofir.Itinerário: O percurso desenrola-se ao longo da orla marítima, na direcção Sul-Norte, percorrendo parte do território das freguesias deApúlia e Fão, no concelho de Esposende.

Percurso 'Entre o Cávado e o Atlântico'

Localização: O percurso inicia-se na margem esquerda do Rio Cávado, desenrolando-se nas freguesias de Fão e Apúlia, no concelho de Esposende.Ponto de Partida: Clube Náutico de Fão.Tipo de Percurso: Pequena rota circular.Âmbito: Ambiental, cultural, desportivo e paisagístico.Distância a Percorrer: 14 kmNível de Dificuldade: Fácil.Época Aconselhada: Todo o ano.Cartografia: Carta Militar de Portugal, nº68, do Instituto Geográfico do Exército na escala de 1/25000.Motivos de Interesse: O estuário do Rio Cávado e as espécies de fauna e flora que aí habitem; sistema dunar que se prolonga por toda a costa marítima; o Pinhal de Ofir; a Capela e o Facho da Bonança; a Necrópole Medieval das Barreiras; as actividades agro-marítimas (pesca artesanal e apanha do sargaço e do pilado); os moinhos vento de Apúlia; a Lagoa de Apúlia e as masseiras.(percurso não sinalizado) Descrição do PercursoO início do percurso tem lugar junto ao Clube Náutico de Fão. Sai-se em direcção a Norte, seguindo um trilho em terra batida que segue paralelo ao Estuário do Rio Cávado.Aqui, a vegetação predominante é o junco (Juncus acutus), podendo, na Primavera, observar-se o aparecimento da arméria (Armeria marítima). Quanto à avifauna posemos observar, entre outras espécies, a pêga-rabuda (Pica pica), o corvo-marinho (Phalacrocorax carbo), a gaivota (Larus cachinans) e o pato-real (Anas platyrhyncus).À medida que nos deslocamos para norte, surge um tipo de vegetação ligeiramente diferente, com destaque para o tremoceiro bravo (Lupinus angustifolius) e para os cistos (Cistus salvifolius). Um pouco mais à frente, observa-se o aparecimento de pinheiro manso (Pinus pinea) e de pinheiro bravo (Pinus pinaster) e também podemos constatar a existência de canais de água, já um pouco afastados do braço principal do rio.Mais à frente, aos 760 m, junto a um antigo poço de água, viramos à direita em direcção a nascente de forma a observar canais de águas mais quentes e pouco profundas, muito utilizados por algumas espécies piscícolas para aí desovarem. Este local é excelente para a observação de aves, pois é também procurado por algumas aves migradoras que aqui encontram refúgio e alimento.Abandonando o local, em direcção a poente, passamos novamente pelo poço, seguindo até à zona de pinhal. Ao entroncarmos num antigo caminho com calçada à portuguesa, vira-se à direita, para norte. Continuando pelo caminho em calçada, por entre o pinhal e várias vivendas, depois de ultrapassarmos a Estalagem Parque do Rio, viramos à direita em direcção à rua da Casa Mirusca, junto à casa cor de salmão que ali se encontra. Ao chegar ao leito do rio encontramos mais um excelente local para a observação de aves, para além de uma óptima vista da cidade de Esposende na margem direita do rio. Voltando para trás, ao chegar novamente ao caminho em calçada, viremos à direita, prosseguindo pelo mesmo. Depois de passarmos o Clube Náutico de Ofir, continuamos por um trilho em areia que nos levará a um passadiço. Tomando o mesmo, chegaremos a uma plataforma que nos permite uma óptima vista sobre a foz do Cávado e da restinga de Ofir. Esta é uma barreira natural que separa o mar do rio e que protege a cidade de Esposende do avanço das águas do mar.Abandonando o local pelo mesmo passadiço e depois de passar novamente o Clube Náutico de Ofir, encontraremos um entroncamento em que deveremos tomar o caminho da direita, seguindo sempre para sul, em direcção às Torres de Ofir. Ao chegarmos junto destas podemos aproveitar para visitar a famosa praia de Ofir e ao mesmo tempo observar as marcas do processo de erosão a que esta costa tem vindo a ser sujeita. Ao regressar, depois de passarmos o parque de estacionamento e o Hotel Ofir, viremos à direita pela estrada municipal 501. Seguindo esta estrada, em paralelo, que nos permite observar parte do Pinhal de Ofir, iremos ter à Capela e Facho da Bonança.Depois desta visita, prosseguimos pela mesma estrada, para sul, até encontrarmos à nossa direita o passadiço do Fagil. Seguindo o mesmo, podemos observar as formações dunares e a vegetação que ajuda a fixar as areias que constituem as mesmas. Ao chegar à praia, devemos virar à esquerda. Percorridos cerca de 690 metros, encontraremos uma ligeira subida onde os pescadores costumam deixar os seus barcos, a qual devemos seguir. Seguindo sempre para sul, depois de passar por várias habitações, tomamos o passadiço à nossa direita, que nos levará de novo até à praia.Uma vez nas areias da praia, deslocamo-nos para sul, em direcção aos Moinhos de Vento da Apúlia. As barracas que podemos observar em plena duna, à nossa esquerda, serviram em épocas passadas de arrecadação de utensílios para a apanha do sargaço e pilado. Ao chegarmos aos moinhos, sobe-se o passadiço que se encontra entre o primeiro e o segundo moinho, um excelente local para se observar novamente o cordão dunar e a própria praia de Apúlia. Após percorrer o passadiço, encontramos novamente a estrada municipal 501, que devemos atravessar, seguindo depois por um caminho de terra batida à nossa esquerda. Iremos encontrar um entroncamento em que devemos virar à direita e logo de seguida à esquerda, até encontrarmos uma estrada em paralelo que devemos tomar para nascente. Percorridos cerca de 750 m, poderemos observar, à nossa esquerda, uma masseira ainda utilizada para a cultura de produtos hortícolas. Estes campos em forma de gamela são escavados de forma a se localizarem mais perto do lençol freático. As terras que são removidas para o efeito são colocadas na extremidade da área de cultivo de forma a servirem de barreira à acção do vento, produzindo igualmente efeito de estufa, microclima ideal para o crescimento de produtos hortícolas. Continuando, iremos encontrar um trilho à nossa direita que nos levará até à Lagoa da Apúlia. Segundo a Directiva Habitats (Decreto-Lei n.º 140/99 de 24 de Abril com a redacção dada pelo Decreto-Lei n 49/05 de 24 de Fevereiro) esta lagoa costeira é considerada um Habitat Prioritário para a Conservação da Natureza, sendo denominado por Laguna Costeira. Estas lagunas caracterizam-se por serem zonas húmidas que apresentam uma grande variedade de salinidade e volume de água, podendo estar completa ou parcialmente separadas ao mar por bancos de areia. O isolamento a que estão sujeitas provoca, aquando da época das chuvas, uma diminuição da salinidade.Nesta existe uma floresta ripícola de Amieiro (Alnus glutinosa) que é inundada periodicamente.Regressando à estrada, continuamos a seguir para nascente até tomarmos um caminho em terra batida à esquerda. Prosseguindo para norte, iremos encontrar um cruzamento em que viramos à esquerda, para poente, até aparecer outro cruzamento em que viramos novamente à direita, para norte. Esta é de facto uma zona bastante calma e aprazível em que podemos observar uma mescla de manchas de pinhal com campos de cultivo. No final deste caminho, à nossa esquerda, encontraremos uma estrada em paralelo, a qual devemos seguir em direcção a norte. Ao fim de percorrermos cerca de 530m, poderemos visitar, à nossa esquerda, a Necrópole Medieval das Barreiras. Depois desta visita, ao encontrarmos um cruzamento, devemos seguir sempre em frente até aparecer um entroncamento, onde viramos à direita em direcção ao Centro Cultural de Fão, finalizando este percurso ali perto, no Clube Náutico de Fão.

Percurso “ARRIBA FÓSSIL”

Este Percurso de Pequena Rota (PR) desenvolve-se ao longo arriba fóssil entre as freguesias de Belinho, Mar, Marinhas, Vila Chã e Palmeira de Faro, no concelho de Esposende. Com um grau de dificuldade médio/alto, dado que decorre a cotas de altitude média e alta, entre terrenos de alcatrão e terra batida, tem como motivações o património natural, paisagístico e arqueológico que encontramos ao longo dos 9.660 km do percurso e que demorarão cerca de 4 horas a percorrer.
(percurso não sinalizado) Descrição do PercursoA freguesia de Belinho, cujo nome parece provir do genitivo Belini, segundo alguns autores, pertenceu à Casa de Bragança. D. Afonso Henriques entrega a igreja de Belinho em 1135 ao Arcebispo de Braga - D. Paio Mendes. Em 1320 encontra-se integrada no arcediago de Neiva e em pleno século XVI está já anexada ao cabido de Braga com a designação de "S. Finz de Velinho". Somente no ano de 1749 surge com a designação que ainda perdura de "São Fins de Belinho".O início do percurso pode ser efectuado no arranque da escadaria de acesso à capela da Senhora da Guia; no entanto, existe a possibilidade de ter como ponto de partida esta mesma ermida, pois existe um acesso rodoviário precisamente até aí. Apreciando a maravilhosa paisagem que se nos depara desde o miradouro ali existente, onde podemos observar a costa atlântica desde S. Bartolomeu do Mar a Viana do Castelo, a Serra da Nogueira, Arga e o Monte de Crasto, visualizamos igualmente o tipo de ocupação agrícola efectuado entre a costa e o limite geográfico compreendido entre esta e a E. N. 13. A gruta do "monge jóia", também designada como "penedo do cabreiro", é uma pequena gruta natural que se encontra junto a um enorme penedo nas proximidades da capela de Nossa Senhora da Guia. É da tradição oral que ali teria vivido no século XIX um monge que no inverno se deslocaria para Lisboa vendendo cautelas na capital e regressando a este local no verão. Acede-se a esta pequena gruta através de uma diminuta entrada, podendo observar-se no seu interior três imagens de Nossa Senhora.É da tradição oral que no tempo das invasões de bárbaros e muçulmanos, o povo cristão desta zona ter-se-ia refugiado neste monte levando consigo uma imagem de Nossa Senhora da Guia, que teriam escondido numa destas fragas. No local onde hoje se ergue esta capela teria, então, existido em tempos, um nicho de alminhas com a imagem desta santa. Atendendo a que este local não oferecia as melhores condições para o seu culto, a paróquia teria então decidido erigir uma capela, cujas obras se iniciaram em 1972 por iniciativa do pároco Manuel José da Costa Leal. Finalizada a construção no ano de 1974, esta capela viria a ser benzida a 19 de Maio desse ano, tendo então até à data sofrido algumas obras com vista ao seu melhoramento e conservação. O lampião de azeite que existia na parte poente servia de ponto de orientação aos navegantes que passavam ao largo da costa. O escadório que dá acesso a esta capela, e que conta com 383 degraus, foi iniciado em 1990 tendo sido finalizado há poucos anos.Partindo pela estrada de acesso a esta capela, com piso em alcatrão, deslocamo-nos através da mesma olhando pausadamente para todo o vale do Neiva que se nos depara à mão esquerda (Km 570). Na fauna verifica-se a existência por estas paragens do coelho (Oryctolagus cunniculus), javali (Sus scrofa), da águia de asa redonda (Buteo buteo), para além de outras espécies. Na flora destaca-se a abundância de sobreiros (Quercus suber), pinheiro bravo (Pinus pinaster), giesta branca (Cytisus multiflorus), giesta das vassouras (Cytisus scoparius), tojo (Ulex minor) e carqueja (Chamaespartium tridentatum). Descendo pelo Rua da Senhora da Guia, vire-se à esquerda (Km 1.080), através de um caminho em terra batida, seguindo em direcção sul. Este troço desenvolve-se através de uma área planáltica do Monte de Crasto, pertencente já aos domínios da freguesia de Mar.A freguesia de Mar localiza-se junto à costa atlântica, tendo como limites a norte Belinho, a sul Marinhas e a nascente Vila Chã. O seu nome ficará sempre ligado à tradicional romaria de São Bartolomeu, que se encontrava já documentada no século XVI, e ao seu Banho Santo que tem lugar todos os anos a 24 de Agosto. A determinada altura do nosso percurso, mais precisamente ao Km 1.920, na bifurcação, vire-se à direita em direcção a sul. Um pouco mais à frente, na oficina de trabalhos em granito, junto a uma pequena exploração de pedra, contorne-se à direita, agora em direcção oeste/poente (Km 2.300). Deve-se pender pelo caminho empedrado que se nos depara ao lado esquerdo ao Km 2.460, seguindo em direcção a sul por este troço ladeado por dois muros em pedra. Repare-se na abundância de eucalipto (Eucaliptus globulus) que, de certa forma, substituiu o pinheiro bravo (Pinus pinaster). Continuando em frente (Km 2.550), em direcção a sul, através deste caminho limitado à face direita por um muro, prosseguimos "viagem" até ao Km 2.830, pois neste preciso local deixamos o caminho principal para nos internarmos através de um outro acesso que surge à face direita. Caminhando em direcção a poente/oeste, vire-se à esquerda (Km 2.880) transpondo um pequena abertura que existe num muro à esquerda. Através de um caminho íngreme começamos a vislumbrar no horizonte o oceano Atlântico, até que chegamos à capela da Senhora da Paz.A capela de Nossa Senhora da Paz, localizada no lugar de Rio de Moinhos, freguesia de Marinhas, é uma ermida bastante antiga que encerra no seu interior altares ricamente decorados.Este local é um privilegiado miradouro para nos deleitarmos com a paisagem que desde da Póvoa de Varzim se estende até Viana do Castelo. As férteis terras que se encontram ao longo do estuário do Cávado, bem como a planície que se situa entre a arriba fóssil e o Atlântico, sofreram ao longo dos tempos uma enorme pressão turística. Vista magnífica sobre o oceano Atlântico e sobre o cordão dunar que suporta a impetuosidade deste mar que por vezes é violento.Junto à sede de concelho situa-se a freguesia de Marinhas, a mais extensa e populosa de Esposende. Em pleno século XI encontrava-se já uma referência a "Micahele de Cepanes", lugar integrado no arcediago de Neiva. Mais tarde, mais precisamente em 1108 e 1134, nova alusão ao actual lugar de Cepães. Nas inquirições de D. Dinis, em 1220, esta freguesia de Marinhas aparece ainda designada como "San Miguel de Cepães". Em 1357, surge como "São Miguel de Marinhas", sendo anexada um ano mais tarde, passando a vigorar com esta designação em definitivo a partir da segunda metade do século XV. Desça-se pela encosta fronteira à capela através de um trilho existente para esse efeito, ziguezagueando em direcção a norte. Um pouco mais à frente quedamos o olhar no horizonte, apreciando tudo aquilo que resta dos velhos moínhos de Abelheira.Os moinhos de vento da Abelheira formam um conjunto de engenhos de moagem, com configuração cilíndrica e construídos em pedra granítica, que se encontram localizados em pequenos "plateaus" na encosta do monte. O seu interior é constituído por dois pisos, ligados entre si através de um sistema de escada interior junto à parede. No piso de cima podemos encontrar a moenda, conjunto que integra a mó andadeira e a mó dormente. O movimento rotativo é transmitido à primeira através de um sistema de entrosga e carrete que por sua vez faz mover circularmente o veio que se encontra ligado à mó andadeira – ou mó movente. O velame destes engenhos seria composto por quatro velas triangulares, sendo o movimento de desvio do moinho realizado através da deslocação do rabo que deslocaria a capucha móvel em direcção ao vento.Ao Km 3.410, numa encruzilhada de caminhos, siga-se em frente em direcção a norte (?). O caminho em pedra rudimentar que surge em ascensão para o monte, do nosso lado esquerdo, seria um antigo acesso às velhas pedreiras que se localizam um pouco mais acima do local onde nos encontramos. A determinada altura do nosso percurso, o caminho desce abruptamente (Km 3.660), contornando uma pedreira que se encontra à margem desta via. Uma vez na base desta exploração de granitos, siga-se em direcção a nascente pela rua do Rego Velho, transpondo o ribeiro da Peralta através de uma pequena ponte que ali se encontra para o efeito. No entroncamento com a E. M. 1012 (Km 3.970), penda para a esquerda, direcção nascente e tome esta via de acesso à freguesia de Vila Chã.A nascente do concelho, bem lá no alto do planalto da arriba fóssil, localiza-se a freguesia de Vila Chã. Detem um vastíssimo espólio arqueológico, com várias mamoas - das Arribadas, da Cruzinha, do Monte da Cerca, da Portelagem, do Rapido - e o Castro de São Lourenço.À medida que ascendemos por esta estrada, reconfortamo-nos com a ideia de que estas antigas azenhas, em tempos de outrora, funcionariam como engenhos de moer farinha que alimentava grande parte da freguesia de Marinhas e Esposende, à semelhança dos moínhos de vento que se encontram um pouco abaixo destes engenhos hidráulicos. As azenhas copeiras de Abelheira - também designadas como azenhas de montanha - eram movidas pelas águas do ribeiro de Abelheira que desagua em Cepães. Dos inúmeros engenhos que outrora aqui existiam, a azenha do "Mil Homens" encontra-se actualmente com a roda de copas em ruínas, no entanto, a da "Dina Serralheira", um pouco a jusante desta, ainda mói. No outro ribeiro, o da Peralta, que nasce igualmente em Vila Chã, existiriam igualmente muitos engenhos de moer e de serrar.Um pouco antes da passagem inferior pelo I. C. 1, já na freguesia de Vila Chã, vire-se à direita através de um caminho em terra batida para, ao Km 4.580, virar à esquerda através de uma acesso que nos levará até à mamoa da Portelagem.A Mamoa da Portelagem é um monumento funerário megalítico constituído por uma câmara funerária com nove esteios graníticos e por parte da laje que cobria este espaço. Observam-se ainda restos de um diminuto corredor, sendo também visíveis pequenas pedras de contraforte. Daqui foi recuperado um vaso cerâmico que se encontra exposto no Museu da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, para além de algumas pontas de seta que podem ser apreciadas no Museu Municipal de Esposende.Voltando ao trilho inicial, ultrapassamos novamente o ribeiro da Peralta caminhando pela estrada que progride através do planalto de Vila Chã. Deixemos agora, ao Km 5.710, este mesmo caminho virando à direita através de um outro marginado por um muro e que nos levará até ao castro de São Lourenço, direcção sul. Uma vez chegados a estas ruínas arqueológicas (Km 5.930), suba-se o passadiço em madeira que aí se encontra, acedendo à parte superior deste castro, bem como ao miradouro de São Lourenço e sua ermida.O Castro de São Lourenço é um povoado da Idade do Ferro que seria defendido por dois panos de muralhas. As sucessivas campanhas de escavações colocaram a descoberto dois núcleos de habitações, ocupados cada um deles por uma família. A criação de socalcos na encosta, sustentados por muros em pedra, tinham como finalidade a criação de área de cultivo para o plantio de géneros. Os fragmentos de cerâmica importada entretanto encontrados, para além de outro espólio, atestam a progressiva romanização deste castro.Após esta breve paragem, prosseguimos viagem através do caminho em paralelepípedo que se dirige para nascente. Passado o cruzeiro, continue-se em direcção ao centro da freguesia de Vila Chã através da E. M. 550 até que, ao Km 6.580, logo após a transposição da passagem superior do I. C. 1., vire-se à direita para sul, na placa que indica “Dólmen”. Seguindo pelo caminho em terra batida, entre pinhal, alcança-se um cruzamento (Km 6.930) no qual devemos tomar aquele que se encontra à nossa mão direita. Aqui nas imediações deste local, encontra-se a mamoa das Arribadas.A Mamoa das Arribadas, ou da Cruzinha, situada perto da Quinta de S. Givas, é um monumento funerário de abastadas dimensões de características ímpares. A sua originalidade deve-se ao facto de apresentar sob o mesmo aglomerado de terras dois dolmenes, um dos quais ainda com a tampa de cobertura - o mais pequeno - e um outro de maiores dimensões.Continuando a descer pelo trilho inicial, passamos por um depósito de água (Reservatório de São Lourenço) e logo após, no cruzamento, vire-se à esquerda (Km 7.730). Já nos domínios da freguesia de Palmeira de Faro, ao Km 8.230, tome-se o caminho à direita em direcção poente. A freguesia de Palmeira de Faro localiza-se a oriente do concelho de Esposende. Terra onde viveu o notável escritor Manuel de Boaventura, o seu topónimo terá derivado da tradição popular que se refere aos "Palmeiros" como os peregrinos que se deslocavam a Jerusalém, terra santa, e que levavam consigo ramos de palmeiras. O Censual de Entre Lima e Ave, datado entre os anos de 1084 e 1091, indica a existência de uma igreja e da freguesia de "Sancta Eolalia de Faro". Um outro documento de 1108, proveniente do Mosteiro de Vairão, Vila do Conde, refere a "Villa de Palmaria de Faro". Em pleno século XIII, aquando das inquirições afonsinas, o nome de Santa Eulália surge como "Sancta Vaia", "Ovaya", "Ovaye", para além de outras designações. É terra rica em vestígios arqueológicos, onde se destacam algumas mamoas e o Castro do Senhor dos Desamparados.Mais tarde, ao Km 8.350, vire-se à esquerda para sul até que se chegue novamente a um cruzamento ao Km 8.720. Uma vez aqui, penda para a direita e suba pelo estradão que o levará até um pequeno planalto antes de alcançar o topo do monte de Faro, ao Km 9.660.O Monte de Faro encontra-se integrado numa unidade geomorfológica designada como arriba fóssil. Nesta zona onde nos encontramos, designada por plataforma alta - pertencente à arriba mais antiga e que se prolonga desde o rio Neiva até ao Cávado - avista-se o Atlântico e toda a zona costeira entre Esposende e a Póvoa de Varzim, a sul e o Bom Jesus de Braga, a este. Aqui, neste local calmo e repousante, teria existido em tempos um farol de aviso à navegação.Finalizamos aqui, no cume deste monte, o nosso percurso. Estarrecidos com a beleza do local, deixamos deslizar o nosso olhar pela excelência da panorâmica que se deslumbra perante a nossa presença.

Percurso “Entre o Neiva e o Atlântico”

Localização: o percurso inicia-se junto à foz do Rio Neiva, desenrolando-se ao longo das freguesias de Antas e Belinho no concelho de Esposende.Ponto de Partida: parque de estacionamento junto à foz do Rio Neiva, em Guilheta, Antas.Tipo de Percurso: de pequena rota, circular.Âmbito: ambiental, cultural, desportivo e paisagístico.Distância a Percorrer: 9,5 kmNível de Dificuldade: fácil.Época Aconselhada: todo o ano.Cartografia: Carta Militar de Portugal, nº 54, do Instituto Geográfico do Exército na escala de 1/25000.Motivos de Interesse: O estuário do Rio Neiva e as espécies de fauna e flora que aí residem; a área de cultivo de produtos agrícolas; o sistema dunar; a Capela de Santa Tecla e os engenhos de moagem e serração que se encontram junto do curso do Neiva.
(percurso não sinalizado) Descrição do PercursoTendo como ponto de partida o parque de estacionamento, devemos seguir para norte até ao Caminho dos Cactos, que se encontra em frente às moradias de veraneio. Percorrendo este trilho, ao longo da margem esquerda do Rio Neiva, ao fim de cerca de 100 metros deslumbramo-nos com a paisagem estuarina deste rio, local onde muitas aves migradoras encontram refúgio. Destaque para a presença da garça-real (Ardea cinerea), pato-real (Anas platyrhyncus), gaivota (Larus cachinans) e guarda-rios (Alcedo athis). Continuando em direcção a norte, atingimos a foz deste curso de água, denotando-se uma grande variedade de vegetação dunar, com especial incidência para a eruca marítima, cordeirinhos da praia e lírios das areias.Voltando atrás pelo mesmo percurso, depois de passar pelo parque de estacionamento, devemos virar à direita através de um caminho em paralelo, que nos levará até um trilho em terra batida que devemos tomar. Seguindo, iremos encontrar um trilho que desce, à nossa esquerda, por onde devemos seguir, em direcção a sul. Encontramo-nos numa zona de transição entre o sistema dunar e a área agrícola.Continuando, iremos encontrar um pequeno entroncamento, no qual tomaremos o caminho da esquerda, para nascente, sendo que aqui já nos encontramos numa zona de campos de cultivo. Ao encontrarmos um caminho à nossa direita, devemos seguir pelo mesmo. Depois de percorrer cerca de 450m, e após passar pelo Parque de Campismo de Belinho, iremos encontrar a E.M. 1002. Aqui vira-se à direita, percorrendo cerca de 200m até chegarmos junto a um passadiço, que nos levará até à praia. Aqui pode-se observar o amontoado de seixos que se alojou entre as dunas e o mar, formando uma crista que serve de barreira de protecção ao próprio sistema dunar. Voltando pelo mesmo passadiço, podemos aqui observar os corredores eólicos formados em plena duna e o coberto vegetal que fixa as areias que constituem estas elevações. Pode-se também apreciar a transição do ecossistema dunar para um outro de pinhal, zona onde é ainda muito reduzida a pressão turística.No final do passadiço, devemos seguir para a direita. Seguindo então para sul, percorridos cerca de 400 m, segue-se através de um caminho à nossa direita. Seguimos, agora, junto à base, do lado nascente, das formações dunares, entre estas e campos de cultivo. Percorridos cerca de 850 m, vira-se à esquerda, para a zona agrícola. Seguindo sempre em direcção a nascente, percorrido cerca de 1100 m, e depois de passar as instalações da cooperativa agrícola, encontramos uma bifurcação, junto a um pequeno riacho, em que seguimos pela esquerda. Poucos metros à frente, cerca de 200, devemos virar à direita, percorrendo depois cerca de 250 m até virarmos outra vez, desta feita, à esquerda. Seguindo, agora para norte, podemos observar a presença de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e pinheiro-manso (Pinus pinea) em algumas manchas que surgem entre os campos de cultivo. Depois de passar por um entroncamento em que se segue em frente, aparece uma bifurcação, onde tomamos o caminho da direita.Seguindo para norte, alcançamos o cruzamento com a E.M. 1002, local onde seguimos em frente. O caminho que tomamos segue para norte entre planície agrícola até que, percorridos cerca de 900 metros, deparamo-nos com um entroncamento em que deveremos seguir para a direita através da Rua da Ribeira. Poucos metros à frente surge um novo entroncamento, junto à estação de Tratamento de Águas Residuais de Guilheta. Viremos à direita através da E.M. 546, percorrendo cerca de 200 metros, altura em que se deixa esta artéria, virando à esquerda através de um caminho em terra batida que passa junto a uma cabine de alta tensão e que nos leva até à Capela de Santa Tecla. Apesar de não se saber ao certo a data da sua fundação, pode-se afirmar que a Capela de Santa Tecla é uma das ermidas mais antigas do concelho de Esposende, pois já vinha referida nas inquirições de 1220. Esta capela de arquitectura simples, despojada de grandes ornamentos, possui um generoso adro, onde podemos observar alguns belos plátanos, sendo um excelente local em dia de romaria, que se realiza anualmente no 1º domingo de Setembro.O açude que podemos observar, que atravessa o rio Neiva, serviria para represar as águas, que por sua vez, seriam a força motriz que accionaria as duas azenhas que existiam nas margens. O engenho de Santa Tecla, na margem esquerda, era de uma só roda e movia duas serras. O edifício em granito que hoje se observa encontra-se adaptado a habitação. Seguindo por um caminho ao longo da margem esquerda do Rio Neiva, deslocamo-nos em direcção a poente. Depois atravessar uma pequena linha de água, através de uma pontelha de madeira, deixamos este caminho e vira-se à esquerda junto a um poste de alta tensão. Novamente junto à ETAR de Guilheta, viremos à direita, através da E.M. 546 em direcção à foz do Neiva, atingindo o final do percurso.

Vila de Fão, Passos da sua história

Percurso Pedonal pela vila de Fão, de dificuldade baixa e com uma distancia aproximada de 2 km Em Fão, antigo centro salineiro da Idade Média, destaque para a sua zona histórica. Na antiga estrutura urbana da vila, na margem esquerda do Cávado, quando calcorreamos as suas ruas, é fácil de constatar a grande influência que a cultura brasileira operou nos inícios do séc. XX, através do gosto brasileiro dos ricos "torna-viagem" que mandaram erigir notáveis residências. Estas marcas estão bem patentes, por exemplo, no actual Largo do Cortinhal, na imponente residência de Pinto de Campos, comandante da Marinha Mercante, assim como no topo Sul da Alameda do Bom Jesus. É neste espaço que Francisco de Campos Morais, fundador da casa Campos Morais & C.a, na cidade de Rio Grande do Sul, implanta o seu 'palacete', recriando um ambiente tipicamente brasileiro.A igreja paroquial de Fão, na R. Prior Gonçalo Viana, sob a invocação de S. Paio, é um templo de edificação entre os séculos XVII e XIX, que sofreu alguns estragos motivados pelas intempéries. Na Av. Dr. Manoel Paes situa-se a Igreja da Misericórdia de traça Renascentista. O edifício de finais do século XVI, apresenta um frontão, no interior do qual está um nicho, com concha decorada, abrigo de uma Nossa Senhora, que parece datar do século XVIII. Ainda na zona mais antiga da vila Fão, num edifício que data dos meados do século XX, encontrará o Museu d’Arte, aberto ao público desde 19 de Agosto de 2004.Próximo da EN 13, ligeiramente periférico ao centro da vila, vale a pena procurar a Igreja do Bom Jesus de Fão, no denominado de Largo do Bom Jesus. A igreja é um edifício dos inícios do século XVIII, como bem mostra o seu estilo, típico dos santuários de peregrinação. A caminho para Ofir, poderemos visitar o Cemitério Medieval das Barreiras, um dos testemunhos de localização da comunidade medieval na vila de Fão.Este cemitério é dos mais significativos monumentos deste tipo em toda a Península Ibérica. O número de sepulturas que foi possível identificar ascende a cerca de duas centenas e as datações oscilam entre os séculos XI e XIV.No lugar da Bonança, entre dunas e pinhal, situa-se o Facho e Capela da Bonança. O Facho da Senhora da Bonança funcionou como farol para os navegantes até que novas dunas se formaram entre a sua localização e a costa, tornando-o inútil. É um edifício do século XVI, construído em cantaria.Muito perto encontramos a Capela da Senhora da Bonança, onde os homens do mar vêm pedir protecção para a actividade piscatória e as viagens marítimas.Prosseguindo um pouco para norte, através da EM 501, em paralelo, se chega a Ofir, estância turística de veraneio mundialmente conhecida, com a sua extensa praia areias finas contornadas por dunas com vegetação rasteira. A praia de Ofir é uma beleza! A areia é finíssima, a exposição solar não podia ser melhor, as dunas são um convite a perder de vista...E o pinhal de Ofir também não desaponta! Os grandes pinheiros mansos dão uma sombra bem-vinda nas horas de maior calor, e o ondular suave das dunas monta um pinhal que sem ser monótono, convida à tranquilidade...Mas Ofir também é animação: os bares, os hotéis, as discotecas, o frenesim dos agitados dias e noites de Verão fazem desta uma das zonas mais procuradas da região.De Inverno, a paz instala-se... mas nos dias ensolarados e frios, quando o Atlântico não se lança furiosamente contra as dunas, um longo passeio pela praia pode ser uma maravilha também.Ao longe, no mar, os lendários Cavalos de Fão (rochas). Voltando para trás (nascente), através da Av. da Praia ou Raul de Sousa Martins, regressemos à Vila de Fão. Retomemos agora a viatura para uma visita a outros locais emblemáticos do concelho de Esposende. ApúliaOs antigos moinhos de vento e as “arrecadações” em xisto, hoje habitações de veraneio, anunciam a praia de Apúlia com “A areia fôfa, o mar sereno, as ondas cariciosas, a planície coberta de milharaes (…)”, como refere José Augusto Vieira no seu Minho Pitoresco. A praia da Apúlia, hoje, é conhecida principalmente como zona de veraneio. Terra de Sargaceiros, Apúlia e a sua praia são “invadidas” sistematicamente por sargaço, essa alga marinha com características medicinais e que serve igualmente, depois de seco, como fertilizante para os campos de cultivo.Barca do Lago (Gemeses)O Cavado aqui é largo... com águas tranquilas e espraiadas pelas margens baixas, parece um lago, realmente. Enquanto não se fez uma ponte sobre o rio, este era um dos melhores locais de passagem, desde os remotos tempos medievais em que peregrinos se deslocavam para Santiago de Compostela aqui ultrapassavam o Cavado em barca.São Lourenço (Vila Chã)O Castro de S. Lourenço foi edificado por povos da Idade do Ferro, no alto de uma das elevações da arriba fóssil – uma cadeia rochosa que se desenvolve paralelamente à linha da costa atlântica.Nas imediações do Castro São Lourenço não deixe de visitar a capela de São Lourenço e admirar a paisagem no miradouro.A actual Capela de S. Lourenço, construída na década de 1940, substituiu um outro templo bem mais antigo, provavelmente datado dos séculos XV ou XVI. O miradouro de São Lourenço é um ponto privilegiado, uma vez que avistamos uma vastidão em redor!

Cidade de Esposende, Passos da sua história

Cidade de Esposende, Passos da sua história



Percurso Pedonal pela cidade de Esposende, de dificuldade baixa e com uma distancia aproximada de 4 km
Cidade de EsposendeA elevação de Esposende a Vila remonta a 19 de Agosto de 1572, durante o reinado de D. Sebastião (1554-1578). Em 16 de Dezembro de 1886 adquiriu a categoria de julgado Municipal e em 27 de Outubro de 1898 a de Comarca Municipal. Foi após o período áureo da arte de marear, decorrido entre as centúrias de XIV e de XV, que Esposende conheceu o auge – entre os séculos XVI e XVIII – através do comércio marítimo e da construção naval. Neste percurso pedonal pela cidade de Esposende, ficará a conhecer a sala de visitas do concelho de Esposende.Este roteiro tem início no Largo Dr. Fonseca Lima, com uma visita ao Museu Municipal de Esposende que está instalado num edifício dos princípios do século XX, à época o Teatro-Club de Esposende, que saiu do traço do arquitecto Ventura Terra. Ainda no Largo Dr. Fonseca Lima o busto de Henrique Medina, nome que está associado a Esposende em função das estadias do artista na aldeia de Goios, Marinhas. O legado deste reconhecido pintor é grande, tendo materializado-se em Esposende na instalação e organização de um Atelier-Museu, em Góios, local onde fixara residência desde 1974 e acabaria por falecer aos 87 anos de idade. No Largo Comandante Carlos de Oliveira Martins, fronteiro ao Dr. Fonseca Lima, a pequena capela do Senhor dos Aflitos.A capela tem uma planta rectangular, com a fachada voltada a poente. A frontaria ostenta um frontão triangular, encimado por uma cruz trilobada assente num plinto. Os pináculos laterais são de base rectangular.Após estas visitas, deslocando-nos através da Rua Barão de Esposende e do Largo Marquês do Pombal, chegamos a um outro largo, o do Pelourinho.O pelourinho de Esposende terá tido lugar defronte da Câmara Municipal, até 1925, quando o estado de degradação em que se encontrava obrigou a que fosse reconstruído no local onde o pode agora observar. Trata-se de um interessante exemplar deste símbolo do poder concelhio. Através da rua Narciso Ferreira, alcança-se o Largo Sacadura Cabral, local onde se implanta o edifício do antigo Grémio da Lavoura de Esposende. Esta casa datada do séc. XVIII, hoje em ruína, apresenta na sua fachada elementos compositivos de remate em cantaria bastante cuidados – cunhais, cornija e envasamento.Da rua Dr. José Manuel Oliveira chega-se à Biblioteca Municipal.Tendo como suporte físico a denominada Casa do Arco, a Biblioteca Municipal ocupa um conjunto de outros dois edifícios datáveis dos séculos XVI e XVIII. Aqui se guarda para consulta todo o acervo documental acerca da história e tradição deste concelho.Quem ascende pela Rua da Senhora da Saúde, desde a Praça do Município, e ultrapassa a estrada Porto-Viana do Castelo (EN 13), repara num souto arborizado onde se implanta a Capela da Senhora da Saúde. A actual capela da Senhora da Saúde é de finais do século XVIII. A frontaria é muito singela, simétrica e o branco da fachada contrasta com a cinza do granito das molduras e ângulos. Este pequeno santuário mariano consta de capela-mor, nave, coro e sacristia e é envolvido por um amplo adro vedado por um muro granítico e ponteado de frondosos plátanos.Voltando ao centro da cidade através da rua da Senhora da Saúde, eis a Praça do Município.A igreja da Misericórdia faz parte de um complexo de edifícios que inclui também a Casa da Misericórdia, cuja confraria foi instituída em 1595. O templo actual data de 1893, conforme uma inscrição existente no seu interior. No interior da Igreja da Misericórdia, está construída a Capela do Senhor dos Mareantes. Trata-se de uma Capela de características excepcionais, classificada como Monumento Nacional. Numa das extremidades desta praça, poderemos apreciar o busto do poeta António Correia de Oliveira, da Casa de Belinho, em Antas. O poeta António Correia de Oliveira era natural de São Pedro do Sul, onde nasceu no ano de 1879. Em 1912, por casamento com uma senhora de família proprietária em Belinho, veio viver para a Quinta das Rosas. Aí permaneceu até à morte, em 1960.O edifício dos Paços do Concelho, de origem setecentista, sofreu remodelações ao longo dos anos que lhe conferiram o aspecto actual. A galeria térrea composta em arcaria que faz a ligação entre a rua 1.º de Dezembro e o Largo Fonseca Lima, é de apreciável valor.Na rua 1º de Dezembro, também conhecida como "rua direita", poderemos dar largas ao nosso espírito consumista e adquirir uma recordação numa das lojas da artéria comercial mais movimentada da cidade. Um verdadeiro centro comercial ao ar livre. O Palacete de Valentim Ribeiro da Fonseca, na rua 1.º de Dezembro, trata se de um edifício estilo Arte Nova, mandado construir no início do século XX, por Valentim Ribeiro da Fonseca. Após a rua "Direita", já no Largo Rodrigues Sampaio, é a morada da actual Igreja Matriz.A igreja matriz é um edifício de meados do século XVI, como muitos dos monumentos de Esposende. Sofreu já alterações e restauros posteriores, mas o conjunto denota claramente a sua origem cronológica.Neste Largo Rodrigues Sampaio, detemo-nos para apreciar a estátua a António Rodrigues de Sampaio, nascido em Mar, em inícios do séc. XIX.Ainda no mesmo largo, no topo poente, o Monumento ao Homem do Mar de Esposende é uma sentida homenagem e simboliza o esforço das populações que do mar tiraram sustento e também daquelas que construíram as embarcações necessárias à faina marítima. Daqui, um pequeno “pulo” até às Piscinas Foz do Cávado, junto à margem direita deste rio, em frente ao Posto de Turismo e nas imediações do futuro Museu Marítimo de Esposende. As Piscinas Foz do Cávado encontram-se integradas num complexo de lazer, na cidade de Esposende entre a marginal e a margem direita do rio Cávado.Na Praça D. Sebastião, frente às Piscinas Foz do Cavado, a estátua de D. Sebastião.A 19 de Agosto de 1572, o rei D. Sebastião concedeu foral à Vila de Esposende. Na comemoração do IV centenário desse momento tão significativo para Esposende, a Câmara Municipal decidiu erigir um monumento em memória do monarca, na praça de seu nome.Pela Av. Eng. Arantes de Oliveira, após o Mercado Municipal para norte, através da rua da Frita encontra-se a Capela de São João Baptista, em rua com a mesma designação.A capela data da segunda metade do século XVII, bem como o interessante cruzeiro que podemos encontrar bem perto. No final da rua de São João, a norte, através da Avenida Rocha Gonçalves, quem desejar pode observar o Hospital Valentim Ribeiro da Fonseca.O edifício deste Hospital saiu do risco do Arquitecto Ventura Terra, nos inícios do século XX, ainda sob o regime monárquico. Prossigamos o percurso, através da Marginal (Av. Eng. Arantes de Oliveira), à margem do estuário do Cávado, com uma esplêndida vista sobre as suas águas, até à Praça das Lampreias.O forte de S. João Baptista ergue-se junto à foz do Cavado, no limiar do rio e do mar. É um edifício de origens seiscentistas, mandado erigir por D. Pedro II, mas que viu a sua construção prologar-se pela centúria seguinte. Foi parcialmente desmantelado aquando da instalação do farol e também quando decorreram as obras de enrocamento da barra do Cávado.
Rio CávadoA reunião do rio Cavado como Mar é um espectáculo que merece algum tempo de observação e de enlevo...O Rio vai-se espraiando no estuário, numa curva lenta em direcção ao Atlântico. Está protegido a poente pelo Ofir e a nascente pelas terras de Esposende. Aquela fita de água dirige-se ininterruptamente para o seu final, mergulhando nas águas do grande Oceano.Mesmo no final do estuário do Cavado há bons locais para admirar esta paisagem de uma beleza inconfundível: um bar, com a sua esplanada, ou um passeio pela marginal, arranjada para isso mesmo, onde o deambular de bicicleta ou a pé apetece, nos fins-de-tarde cálidos de Verão, ou num dia mais agreste de Outono...A morte da água Ruy Belo, in Obra poética, I, 1984, p.182Um dos passeios que mais gosto de dar é ir a Esposende ver desaguar o Cávado. Existe lá um bar apropriado para isso. Um rio é a infância da água. As margens, o leito, tudo a protege. Na foz é que há a aventura do mar largo. Acabou-se qualquer possível árvore genealógica, visível no anel do dedo. Acabou-se mesmo qualquer passado.É o convívio com a distância, com o incomensurável. É o anonimato. E a todo o momento há água que se lança nessa aventura. Adeus margens verdejantes, adeus pontes, adeus peixes conhecidos. Agora é o mar salgado, a aventura sem retorno, nem mesmo na maré-cheia. E é em Esposende que eu gosto de assistir, durante horas, a troco de uma imperial, à morte de um rio que envelheceu a romper pedras e plantas, que lutou, que torneou obstáculos. Impossível voltar atrás. Agora é a morte. Ou a vida.